A termografia médica é uma ferramenta diagnóstica não invasiva capaz de mensurar a temperatura da superfície corporal. Na medicina humana ela tem contribuído para identificação das neoplasias mamárias em mulheres, através do reconhecimento dos processos de hipervascularização e hipertermia. Na medicina veterinária o valor diagnóstico e prognóstico desta técnica não está esclarecido. Dessa forma, o trabalho tem como objetivo avaliar a temperatura das glândulas mamárias com neoplasias em cadelas através da análise termográfica e sua relação com as caraterísticas clinicas e histopatológicas. Durante o desenvolvimento da pesquisa foram operadas 24 cadelas com tumores mamários encaminhadas ao Hospital Veterinário Jerônimo Dix-Huit Rosado Maia (HOVET - UFERSA). Foram incluídas no estudo oito cadelas, sendo excluídas aquelas que apresentavam neoplasias redicivantes, comportamento agressivo e/ou ausência de diagnóstico histopatológico. Os pacientes foram examinados clinicamente e coletadas informações quanto à idade, localização e estadiamento dos tumores. O volume tumoral foi calculado a partir da fórmula V = a x b x c x ? / 6. As imagens termográficas e digitais da região de interesse foram capturadas a distância de 50 cm dos pacientes por meio de uma câmera FLIR SC62015, respeitando um tempo de 15 minutos após a tricotomia. Os termogramas foram inseridos no software FLIR Tools delimitando-se retângulos com 35 mm de altura e 30 mm de largura, de forma a englobar as glândulas neoplásicas e saudáveis contralaterais para registro das temperaturas médias. As neoplasias foram submetidas à excisão cirúrgica, fixadas em formol tamponado 10% e encaminhadas para análise histopatológica. Os valores médios de temperatura das glândulas neoplásicas e saudáveis foram submetidos ao teste de Shapiro-Wilk e apresentaram distribuição normal, sendo comparados pelo teste paramétrico de Tukey. A correlação entre as temperaturas das glândulas neoplásicas, índice mitótico e volume tumoral foi avaliada pelo Coeficiente de Correlação de Pearson. Foram considerados significativos valores de p ? 0,05. As cadelas apresentaram idade média de 8,5 anos e totalizaram 15 neoplasias, sendo 10 malignas e cinco benignas. A temperatura média das glândulas neoplásicas foi de 33,71°C ± 1,86, enquanto para as glândulas saudáveis foi de 33,54°C ± 1,59. Não houve diferença significante entre os grupos (p = 0,786). Houve correlação negativa das temperaturas das glândulas neoplásicas com índice mitótico (? = -0,52 p = 0,049). No entanto, não foi observada correlação significante (p = 0,10) com o volume tumoral. Concluímos que a temperatura tumoral não constitui parâmetro para diferenciação de glândulas neoplásicas e saudáveis. Contudo, a análise termográfica pode ser uma forma promissora para avaliação indireta da taxa proliferativa dos neoplasmas mamários de cadelas.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas